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Saude 2.0 - Colaboração ou calação? - Parte 2

No post "Dentistas contra a liberdade de expressão: Uma nova ditadura?" fiz uma série de perguntas que servem como ponto de partida de nossa reflexão sobre o bom uso dos avanços tecnológicos na saúde e suas consequências.

As perguntas feitas foram as seguintes:
- Podemos confiar nossa vida e nossa saúde a profissionais que são contra a livre expressão do pensamento?
- Podemos confiar nossa vida e nossa saúde a profissionais de saúde que impedem que seus pacientes ou mesmo o público leigo que tem dúvidas tenha acesso à informação pública e à questionamentos públicos?
- Podemos confiar nossa vida e nossa saúde a profissionais que são a favor de uma ditadura do conhecimento, de uma ditadura intelectual?

Estamos vivendo num novo mundo, onde não há mais de fato uma distinção entre o real e o virtual. A rede é uma rede de pessoas, uma rede colaborativa.

As pessoas estão cada vez mais próximas, agrupando-se por gostos, valores, sentimentos.
Tentar banir o livre pensamento em pleno século XXI é no mínimo desconhecer o mundo em que vivemos.

Porém, isso impede que um profissional de saúde seja um bom profissional de saúde?
Impede que confiemos nossa vida e saúde a eles?

Creio que a resposta para as perguntas feitas até agora é:
Sim e não.

Ou seja, a pergunta deve ser feita por cada um, mas a resposta não é evidente.
Sabemos que há muitos profissionais de saúde que se acham quase deuses.
Não é a toa que há uma piada (é uma piada apenas, não se ofendam) que diz assim:

- Sabe qual é o problema do enfermeiro?
- Não...
- Ele se acha um médico. E sabe qual é o problema do médico?
- Também não.
- Ele se acha Deus.

Bom, para alguns, a piada é de mau gosto. Mas reflete de fato uma certa parcela dos profissionais citados. Assim como sabemos que há outras profissões que geram pessoas que acabam querendo ser mais do que um bom profissional.
Por exemplo, alguns filósofos se acham extremamente superiores, a ponto de achar que ninguem entende eles. Nem outros filósofos.
E há advogados que se acham superiores à lei. Se alguem reclama deles, ouve-se: "Meu amigo, você por acaso sabe com quem está falando? Sou autoridade!"

Isso acontece em todas as profissões. E no caso da saúde, a arrogância também existe.
Não estou dizendo que predomina, mas apenas que existe.

Assim, se o profissional é apenas arrogante, ele vai querer calar a boca de todos que o questionam. Porém, ele é de fato um bom profissional, experiente, sabe das coisas.
Podemos confiar a nossa saude e vida a certos arrogantes por aí.

Porém, há profissionais que calam os que os questionam não por arrogancia, mas porque eles percebem que não são bons profissionais e tais questionamentos os deixam expostos.
Eu não confiaria minha vida e saúde a profissionais deste tipo.

Assim, deixo aqui apenas a reflexão.
Uma reflexão que deve ser feita por todo paciente, profissional, curioso, que quer saber em quem devemos confiar nossa vida e saúde.

Como disse, não pretendo concluir nenhuma resposta ao caso do post anterior, mas apenas levantar a importância destes questionamentos e a importância de perceber que num mundo colaborativo, novos conceitos surgem, conceitos antigos devem ser revistos e a busca pela liberdade de expressão e pela liberdade intelectual não podem parar por causa de arrogancia, ignorancia, prepotência ou por um mero jogo de poder.

A Web é infinita.
A Web é transparente.
A Web é coletiva.

Por que o os profissionais de saúde não podem ser também?

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